LUTO
Como é a rotina de quem está enlutado?
"Luto - um modo diferente de amar"

Quando o luto acontece - a dor é imensa
Todos nós temos a nossa hora. Algumas vezes, somos privilegiados de compartilhar alguns anos ao lado de alguém tão especial.
Lidar com o luto é um desafio quando ele acontece. Ter que se adaptar a nova rotina, enfrentar o dia seguinte sem aquela pessoa que você gosta, ter que fazer as coisas mesmo sem tanta energia - é difícil. Há momentos que são bem singulares e que só pertencem àquele que está vivenciando o luto.
Precisamos entender que é complicado para aquele que acabou de perder uma pessoa querida. Não podemos exigir que ele supere rapidamente e se levante, isso precisa de um tempo para acontecer.
Infelizmente, nada pode mudar o que aconteceu. Tudo nessa vida é "uso e fruto", nada levamos, nada temos.
Quanto tempo pode durar o luto?
A tristeza do luto se estende por um ou dois anos geralmente. No qual, se tem a oportunidade de experimentar todo um calendário anual, sem a presença da pessoa que partiu. Porém, algumas pessoas demoram mais tempo.
O luto, de certa forma, pode ser experimentado por toda a vida, porque jamais podemos esquecer alguém que amamos, assim como deixar de sentir falta da sua presença.
Porém, em determinado momento "lembrar do outro" não dói como no início em que aconteceu o rompimento, isso é o que chamamos de "superação".
Contudo, superar não significa "esquecer" alguém que fez parte da sua história.
A morte representa o rompimento físico, mas não sentimental. O sentimental vem depois, quando a dor ameniza e a pessoa enlutada começa a compreender melhor tudo o que aconteceu.
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Coisas que acontecem na rotina da pessoa enlutada

Tudo é vário.
Temporário.
Efêmero.
Nunca somos, sempre estamos.
Chico Buarque
Sentimento de culpa por sentir que falhou
Quando a pessoa enlutada se sente culpada: a dor pode ser imensa. Ela também poderá se culpar por ter omitido algo ou ter realizado um ato contra o ente querido.
A dor da culpa vai embora somente quando a pessoa aceita que errou, pois na ocasião dos fatos não tinha a experiência, talvez o amadurecimento para olhar a situação de outra forma.
É preciso superar a culpa para que consiga superar o luto!
Guardando os objetos
Algumas pessoas guardam os objetos do ente querido, não mexem no quarto, não se desfazem das roupas. Isso é muito comum acontecer!
Existem pessoas que fazem isso como uma forma de manter vivo o ente querido, para lembrar que ele esteve ali. Pode ser também para não perder o contato com ele.
Guardar objetos representa a dor emocional da perda. Ao se desfazer dos objetos é como ver partir o ser amado pela segunda vez.
"Nunca chegamos aos pensamentos. São eles que vêm."
Martin Heidegger
Deste modo, aqueles que ficaram não precisam ser apressados para se desfazer dos objetos, mas necessitam ser acolhidos pelas pessoas em sua volta, para aprender a lidar com a sua dor.
Desejo de reencontrar a pessoa que partiu novamente
Diante da morte, a pessoa que ficou pode procurar sinais e lugares associados ao ente querido, às vezes, imagina que pode fazê-lo reviver ou reencontrá-lo de alguma maneira. Principalmente aquelas que não puderam ver a pessoa amada pela última vez, no enterro, por exemplo. Essa situação tem sido muito repetida no covid-19.
Algumas pessoas se apegam em tentar sentir a presença material do outro, de tal forma, que constituem uma ilusão ou alucinação da imagem dele. No luto normal, ela se dá conta da impropriedade disso, mas no luto patológico não.
De modo geral, é preciso respeitar o tempo de cada pessoa para vivenciar sua dor.
Por que algumas pessoas superam mais facilmente que outras o luto?


O ente querido estará sempre em seu coração!
Situações que influenciam na superação do luto:
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A natureza da relação com a pessoa que morreu;
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As circunstâncias da morte;
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O sistema de apoio da pessoa enlutada;
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Personalidade;
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Possibilidade de estar passando por outros problemas;
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Compreensão sobre o significado da morte.
"Morrer não é um acontecimento; é um fenômeno a ser compreendido existencialmente."
Martin Heidegger
Respeitar o tempo é importante - no luto
Inicialmente as crises de pesar são intensas, mas depois se tornam menos frequentes.
À medida que a pessoa enlutada começa a fazer novos envolvimentos, emerge a esperança de continuar a viver, para então surgir um novo recomeço.
Desta forma, o tempo de enfrentamento do luto precisa ser respeitado.
Luto - transformação da dor em amor

2 Coisas importantes
-
A dor precisa ser vivida e não esquecida.
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Luto vivido é luto superado.
Maria Cristina S. Araujo
É possível superar a morte de um ser amado sem jamais esquecê-lo
Algumas pessoas se apegam a ideia de que para vencer o luto, é preciso esquecer o ente querido, por isso, podem ficar anos enlutadas. Entretanto, é possível vencer o luto, se lembrando daquela pessoa querida com boas recordações.
Se a vida um dia passa para todos nós, não há nada que possamos fazer com a natureza, e o destino no qual estamos todos sujeitos a enfrentar. Dentro dessa conjectura, é importante valorizar tudo que temos de mais importante na vida, que são as "pessoas queridas".
Como é viver sem aquela pessoa especial?
É diferente e desafiador viver sem a pessoa amada, principalmente se o vínculo era forte e a partida não era esperada.
Portanto, vá com calma, não se desespere em querer retirar de si toda a sua dor, pois isso leva a quadros de desesperança. Viva um dia de cada vez. Pense muito em você, se de suporte, também procure o amor das pessoas que ficaram.
"Por trás das aparências está o transcendente."
Martin Heidegger
Quando buscar ajuda profissional no luto?

Algumas pessoas sofrem muito. A dor não diminui com o passar do tempo e o cotidiano se torna totalmente prejudicado. Nesse momento, é necessário buscar ajuda profissional, porque o sofrimento é intenso e duradouro, se tornando difícil a superação. Outro ponto de destaque, é quando a tristeza não passa, se instalando a depressão.
Vivenciar a perda de uma pessoa querida e próxima, é algo que modifica a vida de todo mundo. Porém, quando outras áreas importantes são afetas, é hora de procurar um profissional.
A pessoa que está enlutada não pode viver o tempo todo em estado de apatia. É preciso, por exemplo, que cuide da sua alimentação a ponto de não emagrecer ou engordar muito, consiga trabalhar, trate da sua situação financeira, cuide daqueles que ficaram.
Para as pessoas que têm predisposição para depressão, os cuidados devem ser redobrados.
No luto, o indivíduo precisa entrar em contato com os sentimentos, recriando sua história. Mas, isso não significa esquecer aquele que partiu. Mas aprender a amá-lo, de uma forma que a vida possa ser reconstruída e adaptada à nova situação.

"Abrindo os olhos" vivemos direito e assim alcançamos a eternidade nos corações daqueles que amamos!
Maria Cristina Santos Araujo
Psicóloga SP - 06/108.975