BAIXA AUTOESTIMA NO TRABALHO
O que é?

A baixa autoestima é como uma barreira que bloqueia o profissional de funcionar com eficiência dentro de seu próprio papel.
Tudo com baixa autoestima torna-se cansativo: o serviço não flui, as coisas são feitas com morosidade, podendo não dar tempo de cumprir prazos e combinados.
Quando se conta com ambiente de trabalho competitivo é onde o profissional com baixa autoestima mais sofre. Pois, o nível de exigência e perfeccionismo que ele têm é alto, com tendência também para ficar se controlando o tempo todo.
A baixa autoestima pode refletir na redução da criatividade, na resolução de problemas e possibilidade de crescimento profissional.
A autoestima somada a ética e a inteligência fazem emergir uma receita muito especial para o sujeito ficar bem no ambiente de trabalho. Porém, é no ambiente de trabalho que os problemas surgem, tanto na esfera de lidar com as próprias tarefas quanto a de se relacionar com os outros.
O artigo abordará os sinais da baixa autoestima e também algumas dicas que podem ajudar!
Comportamentos que declaram que uma pessoa tem baixa autoestima

1. Insegurança profissional:
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Não confia no potencial de crescimento na carreira.
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Não acredita nos elogios que recebe.
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Não confia em si mesmo para competir.
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Apresenta sentimento de inferioridade.
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Tem pensamentos negativos a seu próprio respeito.
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Se coloca de forma cautelosa e hesitante.
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Se sente inadequado.
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Procura não se arriscar.
2. Reações emocionais negativas:
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Tendência a ficar muito chateado quando contrariado.
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Negativo, espera pelo pior das coisas.
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Inclinado a interpretar as coisas pelo lado pessoal.
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Considera as atitudes dos outros como ataques.
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Apresenta dificuldade para lidar com críticas.
3. Medo da Exposição e Julgamento:
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Receio de não ser aceito.
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Medo de expor suas ideias.
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Teme ser questionado em público.
4. Comparação Social:
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Se compara com os outros.
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Observa características positivas dos outros enquanto não observa positividade em si mesmo.
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Acredita ser desqualificado em relação aos demais.

Comportamentos da baixa autoestima no desempenho profissional
Desenvolvimento de tarefas
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Se sente incomodado - pode interromper aquilo que está fazendo quando observado;
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Quando erra - se culpa muito;
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Mudança na rotina - o incomoda;
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Apresenta resistência - em fazer coisas diferentes;
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Revisa várias vezes - antes de entregar uma tarefa;
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Dúvida - daquilo que melhor faz;
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Se critica - o tempo inteiro;
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Fica muito nervoso - quando as coisas não saem do jeito que esperava;
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Procura ser meticuloso - para não falhar.
Relacionamento com os colegas
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Tem medo de se impor, mesmo quando é tratado com injustiça;
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É constantemente interrompido quando fala;
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Pode em alguns instantes demonstrar grosserias, provavelmente porque já não aguenta mais os outros ou para não demonstrar as fraquezas que julga ter;
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Mostra dificuldade para falar "não";
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Olha para os colegas como se fossem maiores do que realmente são;
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Compara o próprio desempenho com os demais;
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Se sente ameaçado o tempo todo;
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Tem medo que pensem mal dele.
Comportamentos de baixa autoestima com a gestão
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Anseia por avaliações e feedbacks positivos;
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Fica pouco a vontade quando se sente observado - vindo a comprometer no desempenho das tarefas;
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Tem dificuldade para pedir aumento ou mudança de cargo;
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Acha que será demitido a todo momento;
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Tem dificuldade para explicar e executar as tarefas quando ansioso - as palavras fogem da sua mente, as coisas saem errado do que planeja;
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Se sente reprovado;
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Tem dificuldade para dialogar com os superiores, até mesmo para falar coisas triviais;
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O gestor até poderá ser aquela pessoa empática, mas o profissional com baixa autoestima tem dificuldade de ficar mais à vontade.
Parar de progredir na carreira pode ser sinal de baixa autoestima
Fator socioeconômico e profissões
Mercado de trabalho dinâmico
Em nosso país, existe um fator social e econômico que influencia o modo como as profissões se firmam no mercado. Assim, ocorre a valorização de algumas profissões, enquanto outras desaparecem. Entretanto, também há um indivíduo que é responsável por boa parte de seu próprio desenvolvimento, no qual a autoestima pode ter um impacto significativo.
É verdade que o mercado de trabalho é dinâmico, com profissões em ascensão e declínio. Essa flutuação pode gerar insegurança, especialmente em indivíduos que se sentem deslocados ou desvalorizados.
A valorização de certas profissões pode criar um sentimento de inadequação em quem não se encaixa nesses padrões, levando à baixa autoestima profissional.
Desigualdade de oportunidades
Fatores socioeconômicos podem limitar o acesso a educação, treinamento e oportunidades de desenvolvimento, afetando a confiança e a capacidade de competir no mercado de trabalho.
Um país que, já no início da história, sofreu com a exploração de recursos naturais e também humana, estabeleceu a mesma condição de desigualdade que vemos até hoje em todas as esferas que envolvem o ser humano e o preconceito.
A luta de quem nasceu em lugares com poucos recursos é maior do que aquele que veio de uma família com mais privilégios. No mercado de trabalho ressoa toda uma história que já é muito antiga e que tem muitas camadas, a qual precisa de análise profunda para olhar para esse sujeito que, por mais que lute, ainda assim enfrentará algumas barreiras sociais.
Atendo no consultório, por exemplo, pessoas brancas que se queixam por não haver negros na empresa em que trabalham. Também observo pacientes negros bem sucedidos ampliando a oportunidade de jovens da periferia para participar de processos seletivos.
Olhar para essa realidade exige uma dose de consciência e também autoestima.
Autoestima e competência
Impacto da falta de confiança
Se uma pessoa não confia nas próprias capacidades, mesmo tendo todas as qualidades possíveis, é bem provável que se julgue incompetente para assumir novas tarefas.
Ocorre muitas vezes um profissional com pouca técnica assumir uma postura mais segura diante das oportunidades e ganhar a vaga de outro tecnicamente mais competente, porém com baixa autoestima.
Aparência versus competência
Uma pessoa que não se conhece bem e que não se valoriza não sabe a força que tem, por isso muitas vezes deixa de tentar algo melhor para si. Assim, a pessoa pode se concentrar em suas fraquezas, ignorando suas qualidades e potencial.
Entendemos que a segurança aparente pode, às vezes, superar a competência técnica. Isso destaca a importância da comunicação, da autoconfiança e da capacidade de se vender no mercado de trabalho.
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Dicas que ajudam a aumentar sua autoestima

As razões do medo
Quando perceber que está com medo procure compreender quais as razões disso, também observe aquilo que está se passando internamente com você. Analise se o perigo que receia realmente existe ou é fantasia. Converse com pessoas que podem te ajudar a refletir.
Reveja seus objetivos
Tenha claro onde quer chegar e quais caminhos percorrer. Às vezes parar um pouco e refletir é algo coerente a se fazer. Assim como, criar estratégias conforme sua necessidade e possibilidade.
Tente resgatar em sua mente acontecimentos desafiadores, mas que você conseguiu superar poderá trazer uma sensação melhor do que você ficar o tempo todo em contato com a sua dor. Como disse uma vez Fritiz Perls: "Nem todo o contato é saudável e nem toda a fuga é doentia".
Avance aos poucos
Aos poucos procure aceitar pequenos desafios, "um aqui e outro ali", e veja como se sai, porque isso também vai contribuindo para sua autoconfiança.
O profissional com autoestima é aquele que também procura ficar inteirado daquilo que está acontecendo em sua área. Ele busca o conhecimento, procurando saber cada vez mais, mesmo já sendo especialista no assunto.
O profissional que acha que "sabe tudo" é aquele que se estagna na carreira. Por esta razão, leia, participe de palestras, faça cursos, interaja com outros profissionais.
Autoconhecimento para todos os dias
Quando pensamos em autoestima falamos também do autoconhecimento. Aquele que se conhece bem saberá até que ponto poderá ir sem se prejudicar em várias ocasiões.
Também não adianta externamente apresentar ser autoconfiante, se lá no fundo a própria pessoa não sentir aquilo de verdade. Mas refletir, trabalhar em si aquilo que é necessário poderá ser interessante.
Algumas vezes todos nós vamos nos sentir incomodados com algo, porém isso não pode acontecer o tempo todo.
A baixa autoestima propicia na pessoa um grande esforço para se manter dentro do papel que ela acredita ser o ideal. Se confiasse nela mesma, isso não seria necessário, e, esforços seriam poupados. Por essa razão, o cansaço costuma aparecer nessas pessoas. Além de serem aquelas que geralmente mais trabalham numa empresa, pois não acham que fazem o suficiente.
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Maria Cristina S. Araujo
Psicóloga em São Paulo - 06/108.975