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SE DOAR DEMAIS EM UM RELACIONAMENTO: sinais, consequências e como encontrar o equilíbrio

  • Foto do escritor: Psicóloga Maria Cristina S. Araujo
    Psicóloga Maria Cristina S. Araujo
  • 29 de mar.
  • 10 min de leitura

Atualizado: 4 de abr.

Cuidado ao se doar demais


Casal abraçado, porém, existe um plástico que separa os dois, a mulher está abraçando o homem mostrando que se doa demais para o relacionamento

O que significa se doar demais em um relacionamento?


Nos relacionamentos, a dedicação e o cuidado mútuo são fundamentais para criar uma conexão saudável e duradoura.


No entanto, muitas vezes, o desejo de agradar e atender às necessidades do parceiro pode levar a uma dedicação em excesso.


Mas, em que momento a entrega se torna prejudicial ao bem-estar emocional, em vez de uma demonstração de amor?


Este artigo explora os sinais de que a dedicação excessiva pode ser um risco para a saúde emocional, como identificar quando se está ultrapassando os limites pessoais e como encontrar um equilíbrio saudável no relacionamento, sem renunciar a si mesmo.



Como saber se estou me doando em excesso?



Identificar se você está se doando excessivamente é o primeiro passo para buscar mudanças positivas. Alguns sinais incluem:


  • Negligência das próprias necessidades: Você frequentemente coloca as necessidades do outro à frente das suas, ignorando seus próprios desejos e bem-estar;


  • Sentir-se responsável pelo bem-estar e felicidade do outro: Assume tarefas e problemas que não lhe cabem;


  • Falta de reciprocidade: Você percebe que está sempre disponível para o outro, mas não recebe o mesmo nível de apoio ou atenção quando precisa;


  • Sentimento de esgotamento: A constante dedicação ao outro, sem retorno adequado leva a um cansaço físico e emocional.


  • Busca constante por aprovação: Você sente necessidade de agradar o outro para se sentir valorizado, mesmo que isso signifique sacrificar suas próprias vontades;


  • Necessidade de controle: Em alguns casos, a doação excessiva pode ser uma forma de controlar o outro, mantendo-o dependente e evitando o abandono;


  • Culpa excessiva: Estar disponível para o outro se torna quase uma obrigação em sua mente e sentimentos.


Identificou-se com as informações? Não hesite em agendar sua sessão de terapia presencial em São Paulo (Metrô Paraíso) ou online, com atendimento especializado para brasileiros em qualquer localidade.





Exemplos práticos de comportamentos de doação excessiva


Mulher está sentada olhando para frente pois ela sofre de codependência está sendo amparada por um rapaz

  • Soluciona problemas dos outros sem que lhe peçam;


  • Omite ou mente para proteger os outros;


  • Defende com eficiência os direitos dos outros, mas tem dificuldade em fazer o mesmo por si;


  • Pergunta-se constantemente por que os outros não fazem o mesmo ou não demonstram gratidão;


  • Não fala o que pensa;


  • Sente insegurança para cuidar da própria vida;


  • Tolera relações difíceis para não ficar sozinha;


  • Tenta dizer o que o outro quer ouvir;


  • Medo de falhar com as expectativas alheias;


  • Está atenta para antecipar as necessidades do outro;


  • Vive estressada, triste e irritada por perceber que as pessoas não o valorizam;


  • Não percebe que tornou os outros responsáveis por sua infelicidade;


  • Sente culpa porque está fazendo coisas apenas para si, usando o dinheiro, se divertindo consigo mesma e se permitindo momentos de lazer;


  • Tem um medo presente da rejeição;

 

  • Costuma dar conselhos por livre e espontânea vontade.



Doação saudável vs. doação excessiva: qual a diferença?


Uma mulher está de costas com o cabelo até os ombros está triste porque percebeu que se doa demais nas relações

A doação saudável e a doação excessiva podem ser diferenciadas pelo equilíbrio entre o desejo de ajudar e o impacto que isso tem na vida do doador.


Doação saudável


Acontece quando a pessoa contribui para os outros sem prejudicar a si mesma. É um ato voluntário, consciente e que gera satisfação tanto para quem doa quanto para quem recebe. Exemplos de doação saudável:


Financeira: Doar um valor que não comprometa suas necessidades básicas;


Emocional: Oferecer apoio a um amigo sem absorver totalmente os problemas dele;


Tempo: Ajudar em um projeto social de forma equilibrada, sem sacrificar seu bem-estar.



Doação Excessiva


Acontece quando a pessoa doa além do que pode, seja em dinheiro, tempo ou energia emocional. Muitas vezes, essa doação vem de uma necessidade de aprovação, culpa ou medo de rejeição. Pode levar ao esgotamento e até a sentimentos de frustração ou exploração. Exemplos de doação excessiva:


Financeira: Ajudar constantemente outras pessoas a ponto de comprometer suas próprias contas;


Emocional: Se sobrecarregar com os problemas dos outros, esquecendo de si mesmo;


Tempo: Dizer “sim” para tudo e todos, sem reservar momentos para descanso e autocuidado.


O segredo está no equilíbrio: doar sem se anular. Isso é o que mais vejo no consultório e psicologia.



A relação entre baixa autoestima e a necessidade de se doar


DESENHO DE UM CORAÇÃO VERMELHO COM ASAS SIMBOLIZANDO AUTOESTIMA

A autoestima de uma pessoa que se doa demais tende a ficar prejudicada.


Geralmente uma pessoa assim poderá acreditar que dificilmente será amada, em consequência disso ela poderá se doar em demasia para provar que merece o amor.


No trabalho é aquela profissional totalmente eficiente, que todos buscam quando surge um problema ou quando não querem trabalhar. É também aquela pessoa que tem dificuldade em falar não e que se compromete demais com excesso de tarefas.


Ela não percebe que o caos está instaurado mais dentro dela do que fora. Tem dificuldade em reconhecer as pessoas que estão em sua vida por interesse e o quanto isso lhe faz mal. Intimamente o seu desejo é ser alguém que todos gostam.


Deseja conquistar a afeição, principalmente, daqueles que a maltratam. Com isso, sem perceber, passa a nortear sua vida em torno dessas pessoas.


Muito do seu comportamento é inconsciente. Quanto menos se dá conta, mais repete um padrão que já lhe é familiar.


Mesmo sendo incrível naquilo que faz, essa pessoa pode achar que não é boa o suficiente para os outros e para si mesma.


Geralmente a forma de falar consigo mesma é hostil na maioria dos casos, também pode estar envolvida por muitos pensamentos negativos.


O dia a dia é constituído de muita guerra principalmente interna que ela vivencia também no ambiente externo por meio das relações que desenvolve, tudo isso também se torna cansativo, percebe?


Também pode ser aquela pessoa que tem dificuldade em dizer o que pensa, sendo extremamente cuidadosa com as palavras para não magoar o outro. Enquanto as pessoas em volta não medem palavras para lhe atingir e conseguir o que quer. Entretanto, com o acúmulo de frustrações ela poderá explodir a ponto de as pessoas ficarem chateadas e surpresas.


Quando ela precisa de ajuda tem dificuldade em pedir ou o faz de forma indireta, em alguns momentos ela se torna uma pessoa manipuladora, porque tenta conduzir o outro a chegar naquilo que ela precisa, sendo que poderia ser mais direta. Isso pode irritar quem está por perto, prejudicando assim suas relações pessoais.


Ela pensa que as próprias ideias não são interessantes, não fala ou deixa para depois de todos falarem.


Todos esses comportamentos dão indícios de como está a autoestima dela.


A baixa autoestima e a junção de experiencias difíceis podem levar a problemas psicológicos.


As informações te inspiraram a buscar mudança? Agende sua terapia presencial em São Paulo (Metrô Paraíso) ou online, com atendimento especializado para brasileiros no exterior e em outras localidades.





Autossabotagem: quando a doação vira um ciclo destrutivo


Um casal de etnias diferentes estão junto, mas em lados opostos representam a relação de dependência emocional

Uma pessoa que se doa demais em um relacionamento pode estar num processo de autossabotagem e não sabe.


Um exemplo de autossabotagem é quando, aos poucos, ela aumenta sua flexibilidade interna para aceitar aquilo que antes era inaceitável. Algo que é comum é quando permanece mais tempo do que deveria em relações tóxicas, cheias de interesse, manipulações e traições.


Com isso, as pessoas tóxicas com ela vão avançando o limite do aceitável. E, ela também aumenta a própria tolerância.


Com o passar do tempo, mais memórias de situações dolorosas se internalizam.


Embora reconheça o aproveitamento dos outros ela pode se sentir magoada, triste e revoltada mas não consegue agir de forma diferente. Ela não consegue estabelecer suas próprias fronteiras emocionais para se proteger do ambiente em que está, esse é outro exemplo de autossabotagem.


Vira e mexe, o ciclo se reinicia: alguém se aproxima, ela tolera, se frustra, e as pessoas acostumam achando que tem privilégios.


Se você passa por isso constantemente é importante ficar atento quando perceber uma tendência a assumir responsabilidade que não é sua, principalmente com pessoas do mercado de trabalho e também aquelas que você gosta.


Seria interessante quando estiver diante de uma pessoa que está com problema analisar o que você está sentindo: impulsividade, condescendência, ansiedade, tristeza. Esses sentimentos e emoções fazem você querer parar de senti-los as vezes de até forma inconsciente, e uma resolução para isso é se colocando para ajudar os outros demais, inclusive para aqueles quem nem precisam tanto, com isso você vai se doando de forma intensa.


É importante fazer contato com esses sentimentos, sair de perto da pessoa, da situação, e avaliar de que maneira poderá lidar com eles de um jeito a não se prejudicar ou vir se arrepender. Sem perceber, estamos o tempo todo ensinando as pessoas de como nos tratar e do que esperar a nosso respeito.


Eu oriento as pessoas que atendo a se retirar um pouco da cena que está mexendo muito, fazer outras coisas, mudar o foco, porque talvez, longe da experiência é possível refletir melhor.


Outra coisa que sempre questiono em terapia é: "Quais são suas intenções quando você está se doando demais?" A resposta disso poderá mostrar "a necessidade que precisa ser realizada" e os meios menos prejudiciais de fazer isso.



Quais são as causas do comportamento codependente?


ILUSTRAÇÃO DE UMA MULHER COM FLORES NO ROSTO SIMBOLIZANDO  ALGUÉM CODEPENDENTE

Uma pessoa que se doa demais pode sofrer de codependência.


A origem pode estar relacionada a vivência em uma família com estrutura fragilizada ou disfuncional. Há uma probabilidade também maior se você se no seio familiar existir uma pessoa alcoolista.


Além de experiências na infância, ter vivido experiências ao lado de pessoas imprevisíveis ou difíceis de lidar, pode gerar a tendencia a se doar demais.


Pessoas também com experiências em situações de abuso quer seja físico ou psicológico, podem ser influenciadas negativamente sobre a forma de que veem o mundo e estabelecem suas relações sociais.


Ter vivido de forma emocional ou concreta abandono e a negligência — tanto emocionais quanto concretos — também parecem contribuir para a codependência.


A Baixa autoestima, por exemplo, costuma estar presente principalmente por meio de pensamentos negativos e atitudes de autossabotagem.


Em terapia costuma observar essas pessoas com pensamentos, ideias e até modos de se comportar que não são originários delas, mas que ouviram alguém falar, que elas acreditam que são importantes, mas que no fundo do coração elas não concordam mas acham que é viável mantê-los por uma questão social. É aquilo que em psicologia chamamos de introjeção.


A introjeção se mostra em ideais como: ser um bom amigo, ótimo esposo, funcionário, boa pessoa.


Aos poucos alguém que se doa demais vai se tornando um mártir, uma vítima, sem se dar conta, muitas vezes por pura inocência.


Geralmente essas pessoas são movidas por um "bem maior," sem se dar conta do quanto estão prejudicando a própria história.


Existem pessoas que têm estilos de personalidade tendencioso a codependência, por essa razão a terapia é sempre um ótimo caminho. Geralmente mostram medo da rejeição ou abandono. O temor de perder o relacionamento pode levar à submissão e à aceitação de condições desfavoráveis.


Compreender as raízes desse comportamento é essencial para promover mudanças.

 

Agende sua sessão de terapia presencial em São Paulo (Metrô Paraíso) ou online, com flexibilidade de horários para brasileiros fora do país ou em outras localidades.





Consequências de se doar demais e receber de menos


Uma mulher caminha pela rua com uma blusa amarela e uma bolsa preta está indo para a terapia porque ela sofre de codependência

Manter-se em relações desequilibradas pode acarretar diversas consequências negativas em todas as áreas importantes da vida.


Relações interpessoais


  • Deixar para depois a própria rotina, para se dedicar ao outro;


  • Apresentar explosões de raiva, comportamento agressivo ou atitudes prejudiciais a si mesmo e aos outros, devido ao acúmulo de estresse e experiências negativas.


Relacionamento amoroso


  • Ressentimento acumulado: A falta de reciprocidade pode gerar sentimentos de mágoa e desesperança;


  • Tristeza aumentada pelo fato de não receber reconhecimento.


Área profissional


  • Comprometer-se demais com coisas que não são suas;


  • Tem problemas com a organização e a rotina do dia a dia, levando a um sentimento de desordem e descontrole.


Saúde


  • Sensação de vazio quando não está ajudando alguém;


  • Presença de pensamentos autodestrutivos, incluindo ideias relacionadas a desistir da própria vida;


  • Probabilidade de desenvolver problemas emocionais, mentais ou físicos que afetam profundamente a qualidade de vida; 


  • Tendência a ter uma relação disfuncional com a comida, seja por excesso ou privação; 


  • Buscar alívio em substâncias como álcool e outras drogas, levando a um padrão de dependência.

 

Bem-estar


  • Perda de identidade: Você pode começar a se perder de vista, esquecendo quem é e o que realmente deseja;


  • Sentir-se importante ou necessário apenas quando está ajudando alguém;


  • Dependência emocional: Acreditar que sua felicidade depende exclusivamente do outro, o que pode levar a uma dependência prejudicial;


  • Tem dificuldade em relaxar, aproveitar momentos de lazer e agir de forma espontânea;


  • Dificuldade de se sentir feliz quando as coisas estão indo bem, acreditando que tudo pode piorar em algum momento.

 

Cada indivíduo tem sua própria forma de agir e lidar com os desafios. O mais importante é reconhecer os comportamentos que estão trazendo sofrimento e avaliar maneiras mais saudáveis de reagir a essas situações.

   


Estratégias para estabelecer limites saudáveis


Duas mulheres brancas estão com os rostos encostados uma na outra e com um breve sorriso porque estão fazendo terapia e estão felizes

Priorizar o autocuidado é fundamental para manter relações saudáveis. Isso inclui:

Reservar tempo para si mesmo: dedique-se a atividades que lhe tragam prazer e bem-estar.


Procure manter contato com amigos e familiares, fortalecendo sua rede de apoio.


Refletir regularmente sobre seus sentimentos e necessidades, ajustando seus limites conforme necessário também é importante.


Focar em coisas que você gosta ou descobrir algo para o seu bem-estar. sempre é recomendável para todos aqueles que estão buscando uma vida melhor.


Quando estiver tendencioso a se doar demais, pare e pense: "Qual a razão de estar fazendo isso? O que eu preciso nesse momento além disso?"


Tenha cautela quando a culpa, tristeza, pena invadirem você, ou até mesmo quando você estiver feliz. Cuidado para não cair na armadilha de se doar demais a alguém que não está precisando.


Ao reconhecer os sinais de que você está se doando demais é possível implementar estratégias para estabelecer limites saudáveis. É possível construir relacionamentos mais equilibrados e satisfatórios, promovendo seu bem-estar emocional e pessoal.

 


Viver bem sem codependência: o caminho para o amor-próprio


Mulher madura ou idosa está sorrindo porque está aprendendo com a terapia anão se doar demais para os outros

“O amor é justo.” Martin Buber.


Viver o amor-próprio e também ajudar o outro de uma forma fraterna é como experimentar um pouco o sabor da liberdade.


Viver sem a codependência é como experimentar a vida sendo quem você realmente é, sem precisar se preocupar em estar agradando os outros, também é aceitar a forma em que as outras pessoas são.


Quando percebemos que as pessoas não nos devem nada, que fomos nós que, por livre e espontânea vontade, fizemos o excedente, isso é a generosidade e a fraternidade. Mas quando o viés é de se sentir melhor através do que você faz, pode ser sinal de codependência.


Amar a si mesmo não tem nada de egoísmo, nem se refere a prejudicar os outros.


Sair da codependência refere-se a se apropriar de uma mudança de pensamento e comportamento. Principalmente, é preciso ampliar o autoconhecimento, auto suporte e autocuidado. Essas três esferas são trabalhadas principalmente na terapia, pois correspondem à saúde existencial. 


Maria Cristina S. Araujo

Psicóloga em São Paulo - 06/108.975


 


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MARIA CRISTINA S. ARAUJO
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