TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA (TAG): Sintomas, causas e tratamento
- Psicóloga Maria Cristina S. Araujo
- 29 de mar.
- 6 min de leitura
Atualizado: 4 de abr.
Como identificar?
O que é o transtorno de ansiedade generalizada - TAG?
O transtorno de ansiedade generalizada (TAG) é caracterizado por uma preocupação persistente e excessiva, a ponto de uma pessoa se sentir constantemente inquieta, sem conseguir relaxar.
Além da preocupação excessiva, o TAG pode se manifestar por meio de tensão muscular, agitação mental e fadiga constante.
A preocupação constante compromete a produtividade e a qualidade de vida, tornando tarefas simples mais difíceis de serem realizadas.
Os sintomas afetam todos os eventos da vida diária.
A ansiedade em doses moderadas pode ser benéfica, pois promove a motivação para a realização de coisas importantes e impulsiona o cérebro. No entanto, o excesso pode causar problemas psicológicos.
É importante ressaltar que o TAG é um transtorno sério que requer diagnóstico e tratamento profissional.
Sintomas do transtorno de ansiedade generalizada (TAG)
1. Ansiedade e preocupação exagerada, podendo acontecer na maioria dos dias.
2. Dificuldade para controlar a preocupação.
3. A preocupação e a ansiedade estão associadas com três ou mais dos seguintes sintomas (na maioria dos dias):
a. Agitação ou sensação de estar muito nervoso.
b. Fadiga
c. Dificuldade para se concentrar ou sensação de “branco” na mente.
d. Irritabilidade.
e. Tensão muscular.
f. Inquietação no sono.
4. A ansiedade, a preocupação ou sintomas físicos causam desajustes, sofrimento e prejuízo no funcionamento das principais áreas da vida da pessoa.
As informações aqui apresentadas não substituem a avaliação e o diagnóstico de um profissional de saúde mental.
Se você se identifica com os sintomas descritos, é fundamental buscar ajuda profissional para uma avaliação adequada.
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Como o TAG se apresenta: Sintomas em diferentes fases da vida
A preocupação se estende a coisas mínimas e acontecimentos
O adulto geralmente se preocupa com o trabalho, tarefas e horários, família, responsabilidades e casa.
No entanto, quando há o transtorno de ansiedade generalizada, a pessoa se apega a pequenos detalhes, transformando-os em grandes preocupações.
As crianças, por exemplo, costumam se preocupar com a escola, provas, desempenho atlético e relações sociais.
Os idosos focam sua preocupação na saúde e, quando têm dificuldade para dormir, a ansiedade se intensifica.
Agitação motora
Agitação motora: Manifesta-se por tremores e inquietação.
Hiperatividade autonômica: Manifesta-se por falta de ar, palpitações, sudorese excessiva e alguns sintomas gastrointestinais.
Vigilância cognitiva
Manifesta-se por falta de paciência e apreensão.
Falta de foco
A dificuldade em manter a atenção é notável, principalmente no trabalho, onde as pessoas frequentemente relatam dificuldade em cumprir prazos ou em notar detalhes que geralmente não passavam despercebidos.
Diferença entre a ansiedade comum e o TAG
A ansiedade faz parte da vida e, em muitos casos, é uma resposta natural e até benéfica diante de desafios e ameaças.
No entanto, quando se torna intensa, persistente e desproporcional, pode indicar um quadro de transtorno de ansiedade generalizada. Esse transtorno afeta milhões de pessoas e pode comprometer diversos aspectos da vida cotidiana.
Sentir-se ansioso antes de uma prova, de uma entrevista de emprego ou diante de situações desconhecidas é algo natural. Esse tipo de ansiedade geralmente tem um gatilho específico e desaparece quando a situação se resolve.
Já no TAG, a ansiedade se torna excessiva, constante e sem um motivo claro. A pessoa se preocupa exageradamente com questões do dia a dia, como saúde, trabalho, família e até mesmo eventos que podem nunca acontecer.
Além disso, os sintomas podem durar meses ou anos, prejudicando a qualidade de vida.
A ansiedade comum geralmente é temporária, com causa específica e intensidade proporcional à situação.
O TAG é persistente, excessivo e muitas vezes sem uma razão concreta.
Viver com os sintomas do TAG poderá ser desafiador. Busque um tratamento.
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Quando o medo se torna um obstáculo, o TAG aparece
O medo é uma resposta biológica essencial para a sobrevivência. Ele nos alerta sobre perigos e nos prepara para enfrentá-los. No entanto, quando o medo se torna desproporcional e constante, ele deixa de ser útil e passa a ser um obstáculo.
No transtorno de ansiedade generalizada, o cérebro interpreta situações comuns como ameaças, acionando o sistema de alerta constantemente. Esse estado de hiperatividade emocional pode levar a sintomas como:
Preocupação excessiva e dificuldade em controlá-la;
Sensação de inquietação ou nervosismo constante;
Fadiga e dificuldade de concentração;
Tensão muscular e insônia;
Sintomas físicos como dores de cabeça, palpitações e problemas gastrointestinais.
Quando sentimos medo, o sistema nervoso autônomo é ativado, preparando o corpo para reagir ou fugir. Isso pode causar aumento da pressão arterial, aceleração dos batimentos cardíacos e outros sintomas físicos.
A ansiedade e o medo se entrelaçam na experiência humana. A ansiedade, com seu foco no futuro, cria um estado de apreensão constante, como se algo ruim estivesse sempre prestes a acontecer. O medo, por sua vez, é a manifestação emocional direta desse perigo antecipado.
Causas do transtorno de ansiedade generalizada
O TAG não tem uma causa única, mas é resultado de uma combinação de fatores.
Fatores biológicos: Alterações nos neurotransmissores, como serotonina e noradrenalina, podem influenciar o desenvolvimento do transtorno.
Genética: Pessoas com histórico familiar de ansiedade têm maior predisposição ao TAG.
Eventos traumáticos: Experiências difíceis, como perdas, abusos ou estresse contínuo, podem contribuir para o surgimento da ansiedade crônica.
Personalidade: Indivíduos mais perfeccionistas, inseguros ou com tendência ao pessimismo podem ter maior risco de desenvolver o transtorno.
Não enfrente o TAG sozinho: a terapia oferece apoio e orientação para lidar com a ansiedade excessiva.
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Situações cotidianas que podem desencadear ou agravar os sintomas do TAG
Algumas situações podem intensificar ou agravar os sintomas do TAG e tornar a ansiedade ainda mais difícil de lidar:
Excesso de trabalho e pressão profissional.
Problemas financeiros.
Conflitos familiares ou relacionamentos tóxicos.
Uso excessivo de redes sociais e exposição a notícias negativas.
Falta de sono e hábitos alimentares inadequados.
Identificar esses desencadeadores é essencial para adotar estratégias que minimizem os impactos da ansiedade no dia a dia.
TAG pode afetar diferentes áreas da vida
O impacto do TAG vai além do emocional, afetando diversos aspectos da vida da pessoa:
No trabalho: Dificuldade de concentração, medo de errar e procrastinação.
Nos relacionamentos: Preocupação excessiva com a opinião dos outros e necessidade constante de validação.
Na saúde física: O estresse crônico pode desencadear dores, tensão muscular, distúrbios gastrointestinais e insônia.
Tratamento para o transtorno de ansiedade generalizada (TAG)
O tratamento do TAG pode envolver diferentes abordagens, dependendo da gravidade dos sintomas:
Psicoterapia
A terapia é um tratamento essencial, auxiliando, ajudando cada um a identificar e modificar padrões de pensamento ansiosos.
Medicação
Em alguns casos, o uso de antidepressivos e ansiolíticos pode ser recomendado por um profissional de saúde, principalmente psiquiatra.
Mudanças no estilo de vida
Praticar exercícios físicos, adotar técnicas de relaxamento (como mindfulness e respiração profunda) e manter uma rotina saudável são estratégias fundamentais.
Frequentemente, as pessoas buscam tratamento não pelo transtorno de ansiedade generalizada em si, mas pelos sintomas somáticos que experimentam (diarreia crônica, cefaleia, etc.) ou pelos problemas em relacionamentos e no trabalho.
Infelizmente ainda vemos as pessoas acreditando que problemas psicológicos se resolvem sozinhos ou é uma questão de força de vontade, o que dificulta a busca por ajuda.
Quando, no consultório de psicologia, pergunto para as pessoas: "Quais são as coisas mais importantes para você?" Elas quase nunca se incluem na lista. Ou seja, o ser humano está cada vez mais distante de de si mesmo. Assim, ele só percebe o problema quando os sintomas já estão intensos que não dá mais para ignorar.
O TAG é tratável, e quanto mais cedo a pessoa buscar ajuda profissional, maiores serão as chances de recuperação e qualidade de vida.
Permita-se buscar ajuda: a terapia é um ato de autocuidado.
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Maria Cristina S. Araujo
Psicóloga em São Paulo - 06/108.975
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