TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO (TEPT): O que é, sintomas e tratamentos
- Psicóloga Maria Cristina S. Araujo
- 29 de mar.
- 6 min de leitura
Atualizado: 4 de abr.
Como identificar e tratar?

O que é o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT)?
O transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) é uma condição psicológica que pode surgir após a vivência de um evento traumático.
Embora muitas pessoas enfrentem situações difíceis e consigam se recuperar ao longo do tempo, aqueles com TEPT continuam a reviver o trauma, experimentando angústia intensa e dificuldades emocionais que impactam sua qualidade de vida.
O transtorno de estresse pós-traumático pode ocorrer após a vivência de uma situação traumática, forte e geradora de medo. A partir disto, a pessoa começa a desenvolver um estado de alerta com recordações recorrentes do evento traumático.
Envolvido por sofrimento, o indivíduo revive o fato constantemente (flashback).
De forma intuitiva a pessoa pode tentar evitar as emoções para não fazer contato com as lembranças do trauma.
O transtorno de estresse pós-traumático tem se tornado cada vez mais comum devido à crescente exposição à violência, que atinge um número cada vez maior de vítimas no país.
Assim como o homem primitivo enfrentava os perigos da selva, o homem moderno se depara com diversas situações de risco, principalmente a violência urbana, que inclui assaltos, sequestros, agressões físicas e psicológicas, acidentes e desastres naturais.
Sintomas do TEPT: Como identificar o transtorno
Os sintomas do TEPT podem se manifestar de diferentes formas e variar em intensidade. Eles são geralmente agrupados em quatro categorias principais:
Revivescência do trauma:
Flashbacks vívidos e involuntários.
Pesadelos recorrentes.
Reações emocionais intensas ao relembrar o evento.
Evasão e esquiva:
Evitar lugares, pessoas ou situações que lembrem o trauma.
Dificuldade em falar sobre o ocorrido.
Isolamento social e emocional.
Alterações cognitivas e emocionais:
Sentimentos persistentes de culpa ou vergonha.
Memórias fragmentadas ou dificuldade em lembrar detalhes do evento traumático.
Perda de interesse em atividades que antes eram prazerosas.
Hiperestimulação (hipervigilância):
Sensação constante de perigo iminente.
Irritabilidade ou explosões de raiva.
Dificuldade para dormir e concentração prejudicada.
Esses sintomas podem surgir semanas, meses ou até anos após o evento traumático e, se não tratados, podem comprometer seriamente a vida da pessoa.
Caso identifique esses sintomas em si mesmo, procure terapia presencial em São Paulo, ou terapia online, para brasileiros dentro e fora do país.
O ciclo do TEPT: Passo a passo do trauma

O transtorno se inicia com a vivência de um evento impactante, que represente risco à integridade física da própria pessoa ou de outros, seja por experiência direta, testemunho ou conhecimento do ocorrido.
Posteriormente, a pessoa começa a reviver o trauma no plano psicológico. Isso pode ocorrer por meio de sonhos perturbadores, angústia e recordações intrusivas, com percepções e sensações de revivência da experiência. Também podem ocorrer alucinações, ilusões e episódios dissociativos.
Assim, o sujeito tem fortes reações desconfortáveis em situações que lembram o evento. Por outro lado, ele também pode esquecer de alguns momentos, como se estivesse apagado da memória algumas coisas que vivenciou durante o perigo.
Diante desse sofrimento, ele começa a tentar fugir de tudo que é associado ao trauma: lugares, pessoas, atividades, pensamentos, assuntos referentes ao trauma...
Entretanto, atividades antes prazerosas e planos futuros podem ser abandonados, devido à intensidade dos sintomas do transtorno de estresse pós-traumático.
Em decorrência do transtorno de estresse pós-traumático, a pessoa pode apresentar comportamentos como irritabilidade, agitação, insônia ou hipersonia, estado de alerta constante, dificuldade de concentração e sobressaltos frequentes.
Comorbidades
É comum que pessoas com TEPT desenvolvam outras comorbidades, como depressão e ansiedade, o que pode influenciar o tratamento.
O transtorno de estresse pós-traumático e o impacto na vida: áreas afetadas

O TEPT afeta não apenas a saúde mental, mas também as relações interpessoais, o desempenho no trabalho e a qualidade de vida de quem sofre com esse transtorno.
Vida pessoal e emocional: Muitas pessoas com TEPT enfrentam sentimentos de desamparo, depressão e ansiedade. A constante revivência do trauma pode levá-las a um estado de alerta permanente, dificultando o descanso e o bem-estar emocional.
Relacionamentos: A dificuldade em confiar nos outros, as alterações de humor e a necessidade de isolamento podem impactar casamentos, amizades e relações familiares.
Desempenho profissional e acadêmico: Problemas de concentração, esgotamento emocional e dificuldade em lidar com o estresse podem prejudicar a produtividade no trabalho e nos estudos.
Saúde física: O TEPT pode aumentar o risco de problemas cardiovasculares, distúrbios gastrointestinais e dores crônicas devido ao estresse prolongado no organismo.
Caso se identifique com esses sintomas, procure terapia presencial em São Paulo ou terapia online, disponível para brasileiros em todo o mundo.
Prevenção do TEPT: Estratégias e cuidados
A prevenção é um ato de amor próprio.
Embora ninguém esteja livre de adoecer, podemos cuidar do nosso corpo e mente para fortalecer nossa resiliência.
É sempre interessante implementar mudanças no estilo de vida, como adotar uma alimentação saudável, praticar esportes, reservar momentos para lazer e autocuidado sempre que possível.
Procure também desenvolver boas relações, incluindo estar próximo de pessoas com empatia.
Além disso, é importante aprender a olhar para dentro de si mesmo e fazer contato, observando os desejos, necessidades, criando objetivos, pois são elementos importantes para a saúde do corpo e da mente.
O autoconhecimento e a mudança de hábitos também podem ser benéficos.
Quando buscar ajuda? Sinais de alerta do TEPT

É importante que a vida continue mesmo após eventos traumáticos.
Se você percebe que sua vida não está do jeito que gostaria, e que os sintomas ocupam um espaço maior do que deveriam, é necessário buscar ajuda.
O impacto de uma situação perigosa na vida das pessoas pode variar muito. No entanto, já observei pessoas com o transtorno de estresse pós-traumático sofrendo demais, inclusive sendo afetadas nos âmbitos socioambiental e psicoemocional.
Se a situação em que ocorreu o trauma foi muito difícil, imagine viver em constante estado de alerta? O corpo entra em estresse, o que prejudica a saúde de modo geral.
Sensação de impotência diante dos sintomas, falta de autonomia e liberdade para gerir a própria vida: é isso que também acontece.
Na clínica de psicologia, percebo que muitas dessas pessoas têm dificuldade para falar o que sentem. Elas reprimem a angústia por muito tempo, e quando chegam na terapia é porque já não estão mais conseguindo reduzir a pressão que sentem, buscando alívio para suas dores.
Por outro lado, Sem o devido cuidado, o transtorno de estresse pós-traumático pode progredir e gerar consequências, como o risco de comorbidades.
A psicoterapia é uma abordagem promissora no tratamento do transtorno de estresse pós-traumático. No entanto, a consulta com um psiquiatra também é necessária em muitos casos, principalmente quando a rotina fica prejudicada.
Caso se identifique com esses sintomas, procure terapia presencial em São Paulo ou terapia online, disponível para brasileiros no exterior ou em qualquer localidade.
Vivendo com o transtorno de estresse pós-traumático: Dicas para o dia a dia

Informações práticas para lidar com o TEPT no dia a dia
Embora o tratamento especializado seja essencial, algumas estratégias podem ajudar a minimizar os impactos do transtorno no cotidiano.
Rotina e bem-estar:
Criar uma rotina estruturada: Manter horários regulares para dormir, comer e praticar atividades pode trazer uma sensação de previsibilidade e segurança.
Praticar exercícios físicos: Atividades como caminhada, ioga e musculação ajudam a reduzir a tensão e a ansiedade.
Regulação emocional
Aprender técnicas de regulação emocional: Exercícios de respiração, mindfulness e relaxamento progressivo podem ajudar a lidar com crises de ansiedade e flashbacks.
Evitar gatilhos quando possível: Se determinadas situações, filmes ou notícias intensificam os sintomas, vale limitar a exposição a esses estímulos.
Suporte e autoconhecimento
Criar um sistema de apoio: Ter amigos, familiares ou um grupo de suporte pode proporcionar conforto e segurança.
Registrar os sentimentos: Manter um diário pode ajudar a compreender padrões emocionais e identificar o que desencadeia os sintomas.
Auxílio profissional
Buscar ajuda profissional: A orientação de um psicólogo é fundamental para desenvolver estratégias eficazes de enfrentamento. Em vários casos também é importante fazer tratamento com psiquiatra para uso de medicação.
Tratamento do TEPT: Abordagens e terapias

O tratamento para o TEPT pode envolver diferentes abordagens, dependendo da gravidade dos sintomas e das necessidades individuais. Entre as opções mais eficazes, destacam-se:
Psicoterapia
A terapia é amplamente utilizada para ajudar o paciente a reformular pensamentos disfuncionais e enfrentar traumas de maneira mais saudável.
A dessensibilização e reprocessamento por meio dos movimentos oculares (EMDR) pode auxiliar também na reestruturação das memórias traumáticas.
Medicação
Antidepressivos, como inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS), são frequentemente prescritos para ajudar a regular o humor e a ansiedade.
Em alguns casos, ansiolíticos podem ser utilizados sob supervisão médica para reduzir sintomas de hipervigilância e insônia.
Terapias complementares
Atividades como meditação, acupuntura e musicoterapia podem auxiliar no controle do estresse e na regulação emocional.
O tratamento do TEPT é um processo contínuo, e cada pessoa responde de maneira diferente às intervenções. No entanto, com o suporte adequado e as estratégias certas, é possível recuperar o bem-estar e retomar uma vida mais equilibrada.
Se você ou alguém que conhece enfrenta dificuldades relacionadas ao TEPT, buscar ajuda profissional é o primeiro passo para superar os desafios e encontrar novos caminhos para viver melhor.
O TEPT tem tratamento e é possível ter uma vida plena após o trauma.
Caso se identifique com os sintomas aqui mencionados, entre em contato e agende sua sessão de terapia presencial em São Paulo (Metrô Paraíso) ou online, disponível para brasileiros no exterior ou em qualquer localidade.
Maria Cristina S. Araujo
Psicóloga em São Paulo - 06/108.975
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