DOR DE AMOR
Dor de amar

"Quanto maior o amor, maior o sofrimento"
Freud
No amor - a alegria e a dor - andam juntos
O grande nome da psicanálise do século XIX, Sigmund Freud, ressaltou que quando uma pessoa está amando, também está se colocando na possibilidade de sofrer. Porque quanto maior o amor, maior a possibilidade de sentir também a sua dor.
O amor não vem sozinho, geralmente traz consigo o desejo de compartilhar a reciprocidade com o parceiro amado. Porém, pode se transformar em dor, na mesma medida em que as expectativas são frustradas.
A felicidade e a infelicidade no mesmo lugar
Se você sente o amor, também poderá vivenciar o contrário.
Mesmo que na relação ocorra tudo bem, em algum momento você ficará triste.
Ainda que o outro seja recíproco com você, se ele for afetado por algo, você também sentirá. Se ele ficar doente ou triste, se tiver algum problema no trabalho ou financeiro. É muito difícil ver alguém que você ama passando por alguma situação complicada, e, não se envolver sentimentalmente com aquilo.
Quanto mais amor, maior a sensibilidade que você sente.
O amor, tem essa características de "te deixar mais sensível ao outro".
Existe casal, por exemplo, que se fala pelo olhar, sabe o que o parceiro precisa só de observá-lo. Isso não é maravilhoso? É claro que é!
Conforme, Freud dizia: "Nunca se é tão feliz e infeliz quando se está amando".
SÍNDROME DE PETER PAN
O homem real que se acha ideal
CIÚMES
O lado bom e o ruim
TRAIÇÃO
Aprenda a superar...
Alguém que sente o amor geralmente sorri, chora, se aproxima, se afasta, se diverte, se entristece - tudo na mesma relação.
Como não se aprisionar ao amor perdido?

A esperança de que a pessoa amada voltará algum dia pode fazer o amor permanecer dentro de você
Uma das formas de sofrer por amor, é saber que a pessoa amada não voltará, sentir a sua ausência e ainda gostar dela da mesma forma, mantendo acesa a esperança.
Olhar para as circunstâncias, sem encontrar a pessoa amada é de grande dor. Passar cada instante se apegando a ideia de possuí-la, sem a certeza de tê-la de verdade, causa muita angústia.
Mesmo diante de fatos concretos que indicam que a pessoa amada não voltará, muitas vezes, acontece uma negação dessa realidade. E, então, se aumenta a chance de sofrer ainda mais, de não superar a perda do amor tão facilmente.
Na dor de amor - não fuja do que você está sentindo
Olhar para dentro do coração e perceber a dor tão intensa, é tendencioso para que o sujeito tente negar a realidade. Porém, isso não resolve o problema, mas só o aumenta.
Para fugir da dor, a esperança de ter o ser amado de volta, é um recurso muito utilizado.
No entanto, a cada minuto, a cada hora, a cada dia, mês e até anos, a realidade bate-lhe à porta e a dor de outrora volta, como se dissesse: "Estou aqui".
Quando a realidade é trocada pela esperança, o foco é dirigido ao amor perdido, e, consequentemente a dor de amor é mantida.
As emoções não expressas nunca morrem. Elas são enterradas vivas e saem de piores formas mais tarde.
Freud.
Continuar com planos e sonhos com a pessoa que se foi
Outra dor sentida é aquela gerada pelo pesar, por exemplo, de não ter-se tornado real a expectativa criada junto a pessoa amada. Imaginando como seria aquela viagem, os filhos que vocês teriam, as coisas que conquistariam. Isso só provoca mais dor.
Sofrer pelos sonhos que não aconteceram, é uma forma de se distanciar do presente, onde há mais possibilidade de vencer esse amor não correspondido.
Sensação de que o amor perdido se tornou perfeito
É comum a pessoa que sofre de amor pensar que não há ninguém no mundo igual aquele que se foi.
Nesta hora até mesmo aqueles defeitos que incomodavam bastante, são totalmente desconsiderados, e o outro se torna perfeitamente lapidado.
Fato é, que no mundo não haverá outra pessoa igual amado que se foi. Isso é ótimo para a diversidade das coisas, para novas experiências, para novos recomeços.

Procure dissolver a ilusão, olhe para a pessoa real que você se relacionava, com certeza encontrará defeitos.
Uma vez que superada a reflexão do “nunca vou encontrar alguém igual”, outros caminhos poderão surgir.
À medida que a pessoa entristecida começa a fazer novos envolvimentos, emerge a esperança saudável de continuar a viver "sem a presença" da pessoa amada.
E, se a dor de amor não passar?

A dor de amor se torna um problema quando o indivíduo não consegue retomar a vida, gerando uma certa paralisação, inconformismo e até mesmo depressão.
Ocorre que algumas vezes, somos nós mesmos que provocamos e mantemos nossos sofrimentos.
A dor de amor precisa ser superada, para que a pessoa consiga seguir em frente.
Eu recebo em meu consultório muitas pessoas com dores mal curadas, que carregam por anos mágoas e angústias. Isso provoca na vida delas uma autossabotagem tão intensa, que muitas vezes, elas só se dão conta quando percebem as mesmas situações se repetindo na vida delas (os mesmos envolvimentos amorosos, os mesmos estilos de personalidade, as mesmas dores).
Uma vida repleta de tristeza e dor, faz com que o sujeito tenha dificuldade de estar em contato consigo e com o mundo. Desta forma, quando a dor de não estar vivendo for maior, é preciso procurar ajuda psicológica. Principalmente porque isso pode refletir outras áreas importantes.
Motivos que levam ao rompimento amoroso

O fim de um relacionamento pode ter vários motivos, os mais comuns são:
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Falta de comunicação;
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Inexistência de amor;
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Baixa autoestima;
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Imposição de regras;
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Conflitos entre as personalidades;
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Objetivos diferentes;
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Falta de carinho;
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Ciúmes;
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Problemas financeiros;
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Traição;
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Distribuição de responsabilidades de um jeito desigual.
Motivos que te levam a sofrer por amor

Esperando demais e recebendo de menos
Uma pessoa pode ter um ideal de amor dentro dela, e, esperar que no decorrer do relacionamento todas as suas expectativas sejam realizadas. Por outro lado, também é difícil para o parceiro entender como funciona isso, principalmente quando há falha na comunicação.
Nesse caso, o rompimento afetivo pode ser intenso. Principalmente se essa pessoa considerava que o parceiro jamais romperia a relação afetiva.
Por essa razão, é importante compartilhar com harmonia aquilo que você pensa. E, isso, inclui deixar o orgulho de lado, talvez a timidez, a vergonha - falando aquilo que é necessário. Porque assim, o outro te conhecerá melhor e, não poderá dizer que você nunca falou nada à respeito. Mas, se a perda já aconteceu é importante você saber que é possível superar isso.
Toda a expectativa que não se concretiza faz surgir o desapontamento. Uma sugestão bem válida para sofrer menos é "viver mais e esperar menos."
Desejo de que o outro se transforme
Mudar o outro para que se torne a figura idealizada, talvez ocorrerá se ele permitir.
Se você está querendo transformar o seu parceiro, então você também não o aceita.
Mas isso, tem que ser conversado, jamais imposto a outra pessoa. Se o casal não entrar num acordo, talvez seja hora de verificar se quer continuar com isso.

Questionamentos incessantes sobre o que aconteceu
Na perda, ocorre da pessoa que ama fazer muitas perguntas, que giram em torno de coisas que foram ou que deixaram de ser feitas. Às vezes ela se culpa ou faz isso com os outros.
É importante, que você faça uma grande reflexão sobre você mesmo em relação a isso:
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Como poderia ter agido?
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O que não faria de novamente?
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O que aprendeu?
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Como mudar daqui para a frente?
As pessoas que nos relacionamos na vida vida, quer seja como amigos, parentes, parceiro afetivo, elas provavelmente não vão mudar do jeito que seria bom para nós. Porém, nós podemos mudar a forma em que olhamos para as coisas e deixamos que elas nos afetem. Você entendeu?
Dicas para superar a dor de amor

A superação é um processo pessoal e pode ser influenciado de acordo com:
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O recurso interno que cada um possui;
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A história de vida;
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A capacidade de enfrentar mudanças;
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A possibilidade de que a pessoa entristecida esteja enfrentando outra crise simultânea;
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A natureza da relação com a pessoa que se foi;
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As circunstâncias da separação;
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A rede de apoio;
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A personalidade, entre outros.
Olhe para sua atual situação
A dor de amor vai embora quando é verdadeiramente sentida, mas quando é evitada ela se perpetua.
Uma pessoa que sofre de dor de amor começa a superar quando entende que a vida precisa continuar. Também quando passa a ter consciência dos bons momentos que ocorreram, no qual a gratidão por eles é maior que o sofrimento.
A sabedoria está em aproveitar as coisas que surgem no cotidiano, na vida simples, do que ficar se iludindo com expectativas de "como as coisas deveriam ser".
Tem relacionamento que te maltrata tanto, que você passa a duvidar que exista alguém que possa te dar amor que você merece, até que esse alguém surge, e você entende que aquilo que você vivia, não era amor: era dor.
Mell Barcellos
A pessoa que sofre precisa aceitar que sua vida se baseia nas experiências que tem no presente, enquanto deixa seus sonhos idealizados partirem junto com aquele que se foi.
Entender que a pessoa amada tem vontade própria, e que muitas coisas não depende apenas de você é outra forma de sair da crise.
Nesse momento, é importante ter autoestima para entender que: se você corre atrás de alguém, é porque primeiramente esse alguém está correndo de você.
Quando eu atendo no meu consultório casos assim, eu fico me perguntando o que levou aquela pessoa a sofrer tanto de amor? Estou falando aqui de pessoas maravilhosas, que sofrem sem saber a razão de permanecem na dor.
Há aspectos escondidos dentro do sujeito que ele não sabe. Descubro muitas vezes, que o autoconhecimento é o que lhes falta. A base para a constituição de um “eu” é que muitas vezes ela não tem, para posteriormente essa pessoa possa conseguir formar um “nós”.
Mesmo que difícil é ver um amor partir, pior é evitar que outro venha a surgir!
Maria Cristina Santos Araujo
Psicólogo SP - 06/108.975