TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO (TOC)
Você alguma vez já pensou que se não realizasse determinada coisa, algo de muito ruim poderia acontecer?
Algumas pessoas ficam tementes a isto e acreditam que estão sendo vítimas de uma força superior, no qual deve ser evitado a todo o custo o seu resultado maléfico e a partir disto desenvolve-se comportamentos que resume-se em prejuízo e sofrimento.
Lavar as mãos 10 vezes por hora, alinhar objetos e outros comportamentos repetitivos são chamados de manias, mas o termo correto é Transtorno obsessivo-compulsivo.
Também se refere a pensamentos fixos como por exemplo estar contaminado por bactérias, pensamento fixo de que alguém que você gosta pode morrer, dúvidas esmagadoras quanto a questões irrespondíveis como “para onde vamos quando morremos?”, “estão pensando mal de mim”, etc.
Quando saber se trata-se de uma simples superstição ou de um toque?
Superstição é uma crença cultural, o que de fato pode parecer comum.
O que configura o quadro clínico é quando os atos repetitivos começam a comprometer várias áreas da vida com prejuízo, que poderá refletir no trabalho, na convivência familiar e na realização de compromissos.
Qualquer pessoa poderá desenvolver o toque, basta ter tendência genética, como também uma história de vida que influencia a ocorrência, ou uma personalidade que facilite o surgimento.
Quais são os mais atingidos?
Os meninos são os mais atingidos quando crianças. Talvez seja porque o homem desenvolve o transtorno mais cedo.
Na adolescência, o número se iguala para posteriormente se dar a vez às mulheres, que são as mais afetadas na vida adulta, com uma pequena diferença entre os homens.
O transtorno obsessivo-compulsivo é composto por obsessões e compulsões
Obsessão - se refere a pensamentos impróprios que surgem e continuam a se repetir sem que a pessoa queira.
Compulsão - se refere aos comportamentos repetitivos e sem lógica, mas que a pessoa se sente obrigada a realizar.
Uma pessoa pode ter a característica mais obsessiva enquanto outra pode ter mais compulsiva.
Como geralmente ocorre o TOC?
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Primeiro ocorre da pessoa ser invadida por pensamentos desagradáveis (obsessões), o qual não consegue evitar.
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Para acabar com o incômodo, passa a desenvolver comportamentos repetitivos (compulsões). Por exemplo, toda vez que surgir a imagem de tempestade, uma pessoa poderá acreditar que ocorrerá a morte de um ente querido e para exterminar esse pensamento, desenvolverá um andar diferente (manias).
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O comportamento repetitivo não resolve o problema da intrusão de pensamentos, e cada vez mais, serão repetidas as atitudes, tornando-se um ritual.
É muito difícil ter o controle sobre isto.
Quando uma pessoa tenta não ceder à compulsão, poderá ser gerada imensa tensão.
Quando uma pessoa procura tratamento é comum mostrar preocupação da perda de controle.
Alguém que já tem a clareza de que seu comportamento é absurdo e ineficaz, também sente vergonha por suas atitudes, motivo no qual, muitas vezes se cala, podendo durar anos sem que ninguém perceba a sua angústia.
O aceitar é importante para que esta pessoa entenda as recomendações do tratamento.
Inicialmente pode ser feito um trabalho junto com o psicólogo, mas se o problema estiver mais sério no qual seja necessário controlar com remédios, será necessário a intervenção do psiquiatra.
Sintomas obsessivos que mais ocorrem:
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Receio de perda de controle;
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Prática de assassinato ou de outras agressões;
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Questionamento religioso;
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Medo de contaminar-se por sujeira, germes e outros;
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Pensamentos não aceitos pela sociedade;
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Pensamentos sexuais.
Os rituais
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Acumulação – guardar objetos muitas vezes descartáveis e sem uso como lixo, entulho, embalagens...
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Limpeza – comportamentos exagerados para eliminar todo o foco real e imaginário de contaminação como várias vezes lavar as mãos, limpar a casa...
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Simetria e ordem – criar um senso de ordem onde nada pode ser diferente por exemplo, se pisou num batente com o pé esquerdo volta e pisa também com o pé direito, alinhar objetos...
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Verificação – criar um ideal de como as coisas devem ser e checar a todo instante se está de tal forma como verificar se a porta está fechada, janelas, objetos...
A contribuição da personalidade para o desenvolvimento do TOC
Geralmente aquelas pessoas que desde cedo já são perfeccionistas, que gostam também de ter a certeza de que está tudo sobre o seu controle podem contribuir para o desenvolvimento do quadro.
Também costumam desenvolver o TOC aqueles que se sentem responsáveis por tudo e por todos a sua volta, ou então os que acreditam fielmente em superstições.
Sofrimento causado pelo TOC
A perda de tempo na realização de rituais é notória.
Além disso as relações pessoais também são prejudicadas.
Quem sofre de TOC luta para se manter no trabalho, pois se o problema estiver em grau elevado pode prejudicar o desempenho das tarefas.
Se o medo de que ocorra algum mal é ilusório o sofrimento é real.
A pessoa com TOC sofre porque não consegue controlar seu próprio comportamento.
“Não conseguimos mudar coisa alguma sem antes aceitá-la. A condenação não libera, oprime.”
Carl G. Jung

Quando o comportamento foge da coerência