SUPERSTIÇÕES - O QUE DIZ A CIÊNCIA?
Quem já não evitou de passar debaixo de uma escada? Desvirou o chinelo? Pensou “e agora” quando quebrou o espelho?
Algumas pessoas falarão que nunca pensaram nas superstições, outras vão dizer que levam muito a sério.
De forma geral, os medos e as fobias são universais, mas é a cultura que influencia a crença para mais ou para menos dentro da sociedade.
Influência da cultura
De fato ocorre que em todas as partes do mundo muitas pessoas sofrem de transtornos do medo, no qual é expresso por um pavor em demasia.
Em algumas culturas as pessoas acreditam no poder das superstições, outras acham que se forem objeto de magia negra, vodu, mal olhado e outros encantos poderão sofrer o efeito negativo desses poderes, porém esta crença poderá ser fatal.
Explicação científica sobre o efeito da praga, feitiço, mal olhado e outras superstições
Conforme diz a crença, se a sentença de morte for feita por uma pessoa que supostamente tem o poder de jogar uma praga ou de fazer um trabalho em alguém, poderá criar segundo a ciência um alerta autônomo intolerável nesta pessoa, mesmo que tenha uma boa saúde a situação poderá levar a danos internos nos órgãos.
Teoricamente o eixo hipotálamo-pituitário-adrenal e o sistema nervoso autônomo tornam-se disfuncionais por estresse emocional, causando a paralisação das funções vitais. Assim, a pessoa sobre a crença em tal feitiço poderá morrer fisicamente, ao menos que o feiticeiro remova a praga.
Muitas pessoas que acreditam que infortúnios ou até mesmos que transtornos psicológicos são devido a ação de maus espíritos recorrem a ritual religioso para resolvê-los, curiosamente algumas vezes funcionam, embora não tenham nenhuma ligação com a ciência moderna.
Os fatores emocionais por si mesmos podem ser suficientes para desencadearem a morte súbita, em certas pessoas que de outra forma não estariam em risco, simplesmente pela crença de que ocorrerá.
Tais crenças são vistas em proporções maiores em culturas não tecnológicas.
Hoje em dia é muito raro ver alguém defendendo o tratamento religioso apenas para transtorno psicológico grave.
Por que acreditar?
O acreditar que algo externo a pessoa é capaz de mudar o rumo das coisas gera uma sensação de: “A culpa não é minha”.
“Se a responsabilidade é do outro então não tenho porque mudar e muito menos tenho motivos para aprender”.
Essa forma de crença serve para o não desenvolvimento da pessoa.
Embora possa aliviar momentaneamente a dor; a responsabilidade por si mesmo é que faz alguém se tornar uma pessoa melhor, também amadurecer e crescer.
A superstição tem uma característica única: de envolver, de prever e de explicar de forma simples que se ocorrer isto poderá provocar aquilo.
Algumas pessoas gostam de acreditar que algo poderá acontecer apenas se fizer alguns rituais, o que retira de si mesmo o esforço para conseguir, tornando-se algo mais prático.
Por exemplo: Carregar um pé-de-coelho para dar sorte, ao invés de estudar para a prova.
Insegurança? Talvez algumas pessoas possam sentir a falta de confiança em si e busca nas crenças algo em que se apoiar.
Por que alguém pode agir conforme uma crença negativa?
Todos nós temos a nossa personalidade, história de vida e pensamentos.
Pensamentos a todo momento surgem, alguns servem para nos fazer evoluir, outros apenas para o nosso declínio.
Os bons pensamentos é que deveriam permanecer conosco o tempo todo, mas na vida real os negativos também fazem parte do nosso cotidiano.
Mas por que deixamos nos levar mesmo sabendo que tais pensamentos são prejudiciais?
Porque o surgimento do pensamento ocorre sem termos o controle, é automático.
Personalidade? Inconsciente? História de vida?
Ocorre que se não percebemos a incoerência do que pensamos, do que fazemos e o resultado da interação de ambos, poderemos nos tornar escravos do que acreditamos.
E quando a crença não se torna realidade?
A pessoa poderá sentir revolta, tristeza e desapontamento.
Deixar de fazer o que é preciso em troca de cumprir rituais pode ser prejudicial. Desta forma, o bom senso é sempre “bem vindo”.
Há casos em que a pessoa pode viver em função de simpatias, rituais e superstições chegando a quadro clinico grave. Para tais casos precisa procurar tratamento.
O prazer de ser livre e a segurança da crença
Muitas pessoas são muito mais felizes vivendo livremente: passando por debaixo de uma escada, não evitando gato preto…
Muitas pessoas são muito mais felizes acreditando em superstições, porque mesmo que não sejam tão livres assim, tem algo a que se apegar.
Seria o mundo muito melhor se cada um vivesse a sua crença? Sem se matar e sem fazer críticas?
Cada um acredita naquilo que está de acordo, que aprendeu e que gostou.
Quem poderá ser o dono da razão?
“Só aquilo que somos realmente tem o poder de curar-nos.”
Carl G. Jung
